Entre um café e outro, a gente sente a necessidade de limpar a cabeça, liberar as idéias para poder relaxar. Alguns fumam um cigarro, mas eu prefiro empunhar uma caneta. Correndo sobre o papel, vai deixando meus pensamentos, que escorrem misturados à tinta, e solidificam-se na folha. Não definir-se não é ilimitar-se. Pessoas vêm, pessoas vão. Desabafo ao que esperam demais. Em qual escolha se afastou tanto de si? A day in the life.

Versos começam a fluir, soltos ao vento. Além dessas linhas, em algum outro lugar, lá estou. Quinta-feira, 3 de maio de 2012. Dentro do Coração da Nebulosa. Não é por ter perguntas sem respostas. É por não saber como encontrá-las. É por olhar para o lado e enxergar apenas um mar sem fim. Estou em um barco à deriva, só. Ausente do mundo, mas mais do que isso, sentindo o mundo ausente de mim. E eu grito por socorro, e você insiste em não ouvir.

Quarta-feira, 17 de junho de 2015. , que não lerá estas palavras,. Mas foi quem devolveu cor aos meus dias. Minhas frases feitas, meus gestos ensaiados. Nada fazia sentido diante dela, que calmamente analisa.

Terça-feira, 21 de abril de 2015. Tenho pensado muito ultimamente que é preciso saber a hora de parar. Aliás, faz tempo que é chegada a hora de parar. Mas aí que entra o vício insano de levar qualquer coisa à última consequência. Brota sempre e sempre a necessidade de esgotar o que já está de mal a pior e não tende a melhorar. Instinto de autopreservação eu não tenho nenhum.