Se fosse minha essa rua, pé de ipê tava vivo. A atriz e o palhaço. Ah, sim, foi outro dia! Fui ao teatro e foi lá que vi. Me escondi na coxia! Tão bela a peça, mesmo o que ela não era foi bela! E de tão afoita, tão plena, a atriz tão verdadeira, quase chorou. Com a platéia que passava. O ator, assim, meio que sempre cheio de si, até atrás das cortinas,.

Como se o fato de colocar aquela existência em palavras, como se descreve-la fosse, de alguma forma, prende-la aquelas palavras. Ela tinha suas próprias palavras. As vezes ficava meses sem o procurar. As vezes era sua própria respiração. As vezes o fazia brigar consigo mesmo. 19 de jan de 2014. Atrás de mim tem um rapaz. Ele não tem um dedo.

É proibida a entrada a quem não andar espantado de existir. Sábado, 24 de março de 2012. De quem compartilha um sonho. Quarta-feira, 28 de dezembro de 2011. Seu colo cura todo calo. Seu colo cai do céu. No canto de um quarto. Sábado, 26 de novembro de 2011. Do que sua alma usava. Já não cabia mais em si. Segunda-feira, 3 de outubro de 2011. Que às vezes não é preciso ver o sangue. Domingo, 25 de setembro de 2011. Como levava a sua vida.