Ações e remendos e imprudências. Cautelas e vergonhas e orgulhos. Todo esse tempo passado e esse presente nenhum. O seu beijo, o seu abraço que me quebra em mil. O antever e o prever e o tomar cuidado pra não deixar partir. Esse falar de ti quando queria falar contigo. Ser menos do que sou, receber menos do que és. Esse desculpar-se tanto quando a culpa já nem existe. Essa entrega pouca, esses olhos cobertos, essa alma que se esconde.

Sábado, 17 de maio de 2014. Temo por teu peito rasgado que, vez aberto, é escravo desse Nada que consome, rapidamente, a tua chama. Já foste menina doce, fronte aberta. Mas, o que sabe de ti o céu sem estrelas da cidade voraz? O que entendem de tuas lágrimas os homens sem rosto na tua memória? Ah, Bia, doce Bia, leio nos teus olhos essa labuta, a von. Tade incessante de se sentir novamente viva. Entre postes e geladeiras, viraste sim, uma bela atriz, que esconde até de si a própria formosura.