Terça-feira, dezembro 23, 2014. Revi o filme inúmeras vezes e, hoje, lembrei-me do conteúdo escrito há dois anos. Isso é o tipo de conversa que eu teria contigo, meu querido Vítor.

De novo a subida aos céus. Terá de se habituar a esta presença. Sentido como o beijo que me lançaste. Farol de deus farol de muitos como pão para a boca pela infinita sede do mar. O fogo cumpriu a remoção das almas errantes. o céu, agora mais leve, está livre para outros estágios. De novo a subida aos céus.

Que horas são? Naquele dia rasguei a cidade. Dói-me quando calas a noite. Aquele foi um acordar difícil. Hoje procurei os teus braços. Um dia hei-de escrever-te como as crianças. 101105 por Vítor Leal Barros. Amanhã morro todo nos teus braços. Naquele dia rasguei a cidade. Dói-me quando calas a noite. Aquele foi um acordar difícil.

Existe uma em mim que se revela sem sutilezas ou temores. Desconheço seu nome e imagino que ela pouco se importe com o fato. Poderia ser Joana, Maria, Irene. Que diferença um nome faz? Ela é mais do que um chamamento, ela é um clamor. Ela não fala, balbucia. Suas palavras roucas são ouvidas sem nenhuma dificuldade. Existe uma clareza enorme na articulação dos fonemas como se um anjo proclamasse revelações salvacionistas.

28206 por Vítor Leal Barros. É fácil este tempo, não há nada para fazer. Pus a andar a centrifugadora da parteira,. Tenho o meu anel,. Seis olhos de gato na adega,. A invernar na escuridão sem janela. Junto à compota rançosa do último inquilino. E de garrafas de brilhos vazios. Este é quarto onde nunca estive. Este é quarto onde nunca pude respirar.