Havia um Diabo e um Anjo nos meus ombros. Desses canhestros, de histórias em quadrinhos, arquetípicos mesmo. Só que o primeiro, estranho ao que se poderia esperar dele, usava branco, comportava-se, carregava tridente no colo, sentado ao lado direito; o outro, sinistro, usava preto, parecia ter olheiras, andava afobado e bufando para os dois lados. 8220;Não está bom! O diabo, soberano, resmungava com certa repreensão.

Como um barbeiro canta o fígaro. Como um vieira rege os sermões. Como um preto apura o samba. Começou escrevendo poesias até em latim. Achavam bonito-e-tal-mas-e-daí, poeta distante do povo, tão depois do modernismo. M i s a n t r o p o. Nunca ligou a essas bobagens.