Clique na imagem para ler. Os novos devem nutrir o desejo de profanar. Anna, Silviano Santiago é a.

E se eu te dissesse que esqueci desse mar aberto de dentro de mim? Que só olho pra fora, pras coisas? Que desaprendi irreversivelmente a gostar da solidão? Que eu não me basto? Que nadei pra terra, não quis mais me afogar? Que eu me viciei no auto-boicote, que eu não sei parar, nunca? Que eu só preciso de uma, veja bem, só uma grande idéia? E que talvez ela nem precise ser grande, mas que seja dessas que ninguém ainda teve, sabe? Eu quero uma idéia que ainda não é idéia, ainda não é nada.

Conto de Ana Paula Maia. Domingo, 11 de março de 2007. A mesma inquietação sufocante no ar pesado da noite permanecia suspensa sobre minha cabeça, agora estendida em uma cama, outrora esborrachada sobre a calçada. O sangue coagulado entranhou nos dentes. As narinas doíam e sangravam com o atrito do ar. O oxigênio deslizava ressecado pela garganta dolorida e feria meus pulmões. Canta-me a cólera ó deusa funesta de Aquiles Pelida. Uma arcada que me permitia sorrir.

Sunday, April 23, 2006. Teu sangue em meus sapatos engraxados. Purificam-se manchando-se com outro sangue, como se alguém, entrando na lama, em lama se lavasse. Sigo calado, esgotado e embaçado como a lua que esforça-se por desaparecer. Certamente, se vivesse nas alturas eu desapareceria quando as coisas atingissem essa tonalidade. Tapo a narina direita e arrasto como um porco o focinho sobre a mesa. Absorvo o estado bruto da liberdad.

Tuesday, June 27, 2006. Nós, os excêntricos idiotas. Peguei um ônibus, saltei um quarteirão antes da boate e tomei um táxi daqueles grandões e vistosos. Havia calculado bem e o que tinha na carteira pagavam exatos 630 metros percorridos, restando trinta e cinco reais e algumas moedas. Alô, Suzi, oi sou eu. Mesmo a dificuldade em se relacionar com quem possui a capacidade de ser polissilábico, ficamos relativamente.