Sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015. Então agora fica mais fácil escrever sobre sentimentos em um espaço que eu imagino ser só meu. Quero recomeçar e não sei aonde parei. Tenho estado perdida em um auto útero sem sons e imagens e por fora apresento apenas uma personalidade criada para disfarçar o interior adormecido. Uma casca fantoche que responde automaticamente aos estímulos do cotidiano. Eu não sei onde estou, onde sou. Quando tudo está perdido sempre existe um caminho.

Fica à vontade, e não repara na bagunça. Até um desses amanhãs, Inacreditável Mundo. Eu vou deixar o abajur aceso, para que você não pense que está sozinho. Não ria da minha cara, eu sei que você não tem medo do escuro. Como poderia, se sempre fez questão de manter as cortinas fechadas e todas as luzes tão fracas quanto possível. Eu sei que você lida muito bem com a escuridão, mas agora as coisas serão diferentes. Eu não vou estar aqui, dentro do quarto, te fazendo companhia.

Terça-feira, 11 de agosto de 2015. Nem se chove ou se não chove. De repente parece tão simples colocar tudo na mala, afagar os gatos que não temos, e cair fora. Pintamos as paredes, entregamos as chaves, pagamos excesso de bagagem no aeroporto, mas isso deixa de importar quando não há excessos no coração. Segunda-feira, 3 de agosto de 2015. Somos frágeis em nossas individualidades, mas quando todas as cascas cacos se juntam, pare.

8211; ele tripudia enquanto escreve, tripudia enquanto lê, tripudia enquanto ama e até quando Deus quiser. A musculatura dos dois braços já estava se fortalecendo.