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O olhar vermelho do despertador. Vou por onde não te encontras. Outro dia que começa às duas. Que sai das casas históricas. Recolher os dentes-de-leão na cinza. Ou no incorpóreo da casa, coisas de vestir. Onde vou não é comigo. Nem como ganho o pão de cada dia. E por trás da caixa de registar. Aguardam os comprimidos cor de rosa. Para a febre e para a dor.
As escadas, no coração da terra. À hora tardia de julho. Deserta, um mundo a que nunca pertenci. A ondulação do verso subia. Das águas fundas do Tejo, desfazia num murmúrio. A mágoa da sua voz. Lançava, não a parede. Dissolvia no céu vazio do verão. Viajava no pátio e nas veias da cidade. Sem valor e sem préstimo a que possa recorrer, sem.
Depois da ágora de Sócrates a academia de Aristóteles. Depois do fórum de Séneca as tendas de Marco Aurélio. Depois da igreja de Sto. Agostinho os caminhos de S. Depois da universidade de S. Tomás de Aquino a torre de Montaigne. Depois da choupana de Kierkegaard as ruas de Marx. Depois dos quartos alugados de Nietzsche o divã de Freud. Depois da floresta negra de Heidegger o blog de? .
O olhar desenha por sobre o vidro. De prédio às cores e com lampejos. De alumínio e, diante, um descampado. Domésticos, de vez em quando bairros. De lata erguidos com divisórias. De cartão e madeiras, tectos baixos,. A meio um pote fumega, crianças. Correm a competir com o comboio. O rectângulo da breve janela. Passa tão depressa, não retém nada. Da paisagem olvidadiça, feia,. Tão cega como os olhos que a vêem.