Decifra-me ou devoro-te, devora-me ou decifro-te. Quinta-feira, 25 de dezembro de 2014. Eu queria te contar todas as notícias do Universo. Mas eu só entendo do silêncio. A gente só fala do que a gente sabe. E eu não sei de nada. Eu talvez saiba de mim. Mas eu sou tão pequena. Eu só sei que eu gosto de sentir. A dor se dissipando pelas minhas pernas. E observar o jogo de luz que entra pela cortina. Me dividindo entre luz e escuridão. Eu não sei de quase nada.

De brinquedo em brinquedo a gente cria idéias que gostaria de lembrar um dia. Minhas brincadeiras escritas são lambuzadas de falta de cuidado. Todos falam dos poemas de amor, mas ninguém sabe mesmo onde é que dói uma segunda-feira. Os resquícios da neve no verde que ainda não floriu. Minha primavera adiada, meu âmbar escondido. Cadê a cor que eu deixei em você? Perguntas que caminho nenhum traz. Só é quem não tem a estrada como par.