Quando foi que te perdi? Quando foi que te transformaste. Nessa estranha que vaga pela casa no escuro? Inexpugnável contra a vida. Mas agora ela invadiu tuas defesas. Do outro lado do abismo. O cadáver insepulto do nosso amor. Se decompor no carretel das horas. No subsolo de minha alma;. E suas damas de companhia, as Aflições.

Terça-feira, novembro 11, 2003. Não sou fanático pela trilogia dos irmãos Wachowski, não baixei screensavers com chuva de letrinhas em verde fosforecente, nem comprei óculos escuros do Neo Mercado Livre. Assisti aos filmes como simples mortal e como tal peço desculpas por minha ignorância aos que enxergavam a luz nas metáforas profético-filosóficas enquanto eu disfarçava e fazia cara de paisagem. Se você não assistiu ao terceiro filme e pretende fazê-lo, pare de ler esse texto aqui. André Machado, o lend.

A cena ficou gravada em sua alma. Como certas telas no velho monitor descartado. Um beijo liquefazendo a alegria já tênue. De repente estar deitado no quarto escuro,. O pano úmido na fronte,. Os grãos de poeira dançando no ar viciado. Com o amor negado na madrugada. E a espiral de dor e fúria. De verdade, mesmo,. Todo homem é uma ilha.