Sunday, August 7, 2011. Minha volta temporária pra casa, em 2010. Escrevi esse texto quando estava no aeroporto de Guarulhos, esperando meu voo pra Recife. Nem sei por que nunca postei. Às 11 da manhã o sino da St. Eu e Lavínia saímos de casa e decidimos pegar um táxi, porque àquela hora, se pegássemos um ônibus não daria tempo. Claro que alguém tinha de esquecer alguma coisa. Voltei em casa, catei rápido e voltei pra rua. Débora, tu já tás aqui mesmo.

Ele fugia com as sombras das palavras. Quarta-feira, 31 de março de 2010. Sabia que precisava estar próximo Dele. Era tão estranho vê-lo a distância. No mundo, eu me importava com ele de uma maneira que não era possível no apartamento. Eu queria protegê-lo de todas as coisas terríveis que ninguém merece. Por trás de uma coluna, observei ele escrever mais, perguntas as horas e esfregar as mãos ásperas nos joelhos. Vi ele entrar na fila para comprar passagens.

Não decorei ritmos, nem por isso agrupei vantagens. O que se apresenta ímpar não sorteia glórias e eu continuo deslizando na coreografia. Concordo em termos, mas das minhas pernas ainda escorre o vento , só não duvido daquilo que sinto. Se ouço o barulho das gotas caindo, o pó me ridiculariza. Adoraria plastificar, acolchoar, envolver e grampear. Ignoro a obsessão, os gritos. Nunca me expus ao papel.

Sábado, 25 de abril de 2015. Te busco por lugares vãos, te vejo em lugares ermos, te imagino em lugares lúcidos, mas é em minhas loucuras que vive. A certeza de que existes é certa como o tempo. Te querer é imaginário, te esperar é preguiça, te buscar é petulância, te ver é cume de toda beleza e te ter é a primeira maravilha do meu mundo. Terça-feira, 10 de março de 2015.